Não vou aqui defender FHC e sua política energética, nem atacar aos que o atacavam. O fato é que o apagão de 2001 foi um marco na história do setor elétrico brasileiro. A decisão de empurrar goela abaixo da Petrobras as quarenta e tantas térmicas nasceu no apagão. Nos anos seguintes com grande folga de potencia as térmicas tiveram tempo para ser construídas. Muitas foram fonte de prejuízo e outras eram para inglês ver, pois não tinham gás para queimar. Não vou falar das térmicas emergências porque não suporto a dor de tanto dinheiro jogado fora e do tamanho da incompetência que foi a contratação de algo tão horrível.
Se eu fosse professor universitário com tempo para olhar para o teto, meditar, pesquisar, redigir e publicar. Eu faria um levantamento da geração térmica, com exceção da nuclear nos últimos 20 anos e simularia os últimos 10 anos, ou seja, 2000 até 2009, com a geração de energia térmica de 1990 até 1999 e verificaria como estariam os reservatórios nesta simulação. E quantas vezes nós teríamos entrado em condição de risco de apagão.
Os dados de 2000 para cá é fácil de achar estão no site do ONS, mas os de 1990 até 1999 eu nem imagino onde achar.
O que eu estou querendo dizer, é: que a pelo menos cinco anos as térmicas a combustíveis fósseis são base em conjunto com as hidrelétricas, e tem a sua "sazonalidade". Vão continuar sendo, e a necessidade vai aumentar.
A conversa de que é para economizar água dos reservatórios, não faz sentido e é para camuflar o erro no planejamento energético. Pois deveriam ter incentivando e proclamado a todos os cantos e candangos a eficiência energética seja na geração seja no uso.
Veja abaixo como estavam os reservatórios em 2009 e 2000 e o montante de geração térmica de cada respectivo ano. Não quero comparar com o ano de 2004 ou 2008, pois seria muito terrorísmo.
O argumento de que as térmicas são também utilizadas para a segurança no caso de algum raio subversivo decida derrubar parte do sistema, é válido, porém a cada dia, este argumento fica mais fraco, tendo em vista, a quantidade de km de linhas de transmissão que foram construídas para interligar as diversas regiões.
Concluindo, as térmicas a combustíveis fosseis, são BASE e pronto, economia de água é eficiência energética.


HIDROELÉTRICAS NA GERAÇÃO DE PONTA
ResponderExcluirAgora mesmo, com a intensificação de térmicas na base chegará ao absurdo de gerar energia elétrica para aquecimento de eletrodomésticos – quando poderia queimar o gás diretamente – a menos que hidrelétricas mais adaptáveis sejam utilizadas nos horários de pico.
Para tanto existe grande quantidade de energia secundária a ser aproveitada, além do que existe a possibilidade de aumento de capacidade instalada pelo acréscimo de unidades com locais provisionados. Nos sistemas que já atingiram a fase térmica predominante este é um procedimento corriqueiro: hidrelétricas com baixo fator de capacidade.
Não estamos proibidos de fazer usinas a carvão. Mas não acho que devam ser construídas mais usinas a carvão. Bastam as que já estão aí. Não por causa do combustível, mas pelo “processo de caldeira a vapor de baixíssimo rendimento, verdadeira reminiscência arqueológica” do qual não escapa nem as nucleares.
Precisamos mais de térmicas combinadas a gás que aproveite integralmente a energia química do gás na produção das 2 formas de energia: calor e eletricidade.
Fontes alternativas, como a eólica, não vão cumprir a função de geração básica do sistema. Embora limpa, a produção é intermitente.
Potenciais da Amazônia têm ampla utilização local quando subutilizados na forma de usinas de bulbo para geração distribuída e complementada por térmicas a gás natural e convencional existente.
EFICIÊNCIA NO USO FINAL DA ENERGIA
ResponderExcluirO Brasil usa de maneira ineficiente as 2 formas principais de produção de energia, tipicamente: calor e eletricidade.
Exemplo: usou hidrelétricas para produzir energia e deixa térmicas paradas que poderiam substituir o estoque de energia potencial dos reservatórios por estoque de energia potencial química contida no combustível.
Quando usa térmicas o processos não leva em conta o aproveitamento integral do combustível na produção e consumo das 2 formas de energia: calor e eletricidade, que são indissociáveis. Não se pode aperfeiçoar um sem negligenciar o outro.
Não se pode perder de vista que o consumo de energia para finalidade de aquecimento é muito maior do que a produção energia elétrica propriamente dita.
Agora mesmo, com a intensificação de térmicas na base chegará ao absurdo de gerar energia elétrica para aquecimento de eletrodomésticos – quando poderia queimar o gás diretamente – a menos que hidrelétricas mais adaptáveis sejam utilizadas nos horários de pico.
Hospitais, condomínios, shopings, conjuntos habitacionais, etc. não podem prescindir de gerador próprio para gerar a sua própria energia. Cimenteiras, cerâmicas, fábrica vidros, produtores de bebida e alimentos etc. – que utilizam calor de processo – podem ser estimulados a gerar sua própria energia: calor frio e eletricidade, através de usinas combinadas. Um bom exemplo:
“A GE fechou um contrato de US$ 4,5 milhões com a Coca-Cola Andina Brasil para equipar uma unidade de engarrafamento localizada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, com três motores Jenbacher a gás natural. Com potência total de 12 megawatts, os equipamentos serão utilizados para gerar energia e aquecimento para a fábrica, seguindo o conceito quadgeneration. Isto significa que, além das funções típicas de fornecimento de eletricidade e calor, os motores da GE permitirão a produção de água fria, dióxido de carbono (CO₂), nitrogênio e operações de engarrafamento” (COGEN).